Uma breve história do vício no cinema

postado em 25 de janeiro de 2013 por

Nos primórdios do cinema, o alcoolismo foi usado para alívio cômico por nomes como Laurel And Hardy ou Charlie Chaplin ou como a causa da queda do personagem central. Mas, gradualmente, a indústria cinematográfica deu uma olhada mais sutil e honesta no fenômeno, com o vício se tornando o assunto em vez de um mero artifício da trama. Academy Winning The Lost Weekend (1945) dá uma olhada na vida de um escritor que luta contra o alcoolismo, retratando um fim de semana de bebedeiras e frustrações cada vez maiores.

 

Days of Wine and Roses (1962) com Jack Lemmon e Lee Remick é a história de um casal que lentamente desce para o caos do alcoolismo, e apresenta uma cena em uma reunião de AA. O alcoolismo como combustível de uma crise conjugal também é o tema de Who's Afraid of Virginia Woolf (1966), com Richard Burton e Elizabeth Taylor, no qual um professor universitário luta para apaziguar sua desiludida esposa alcoólatra.

 

O cinema francês tem demonstrado uma grande sensibilidade para o assunto com filmes como The Fire Within (1963), de Louis Malle, a história de um homem que sai de uma clínica de reabilitação e volta a ter sentimentos suicidas de beber pesado.

 

Enquanto o alcoolismo tende a ser levado a sério nos filmes, refletindo o status do álcool como uma droga socialmente aceitável, os narcóticos têm sido tratados de forma mais sensacional. Os primeiros filmes tinham uma sensação de propaganda: em Marijuana (1935) Cocaine Fiends (1935) e Reefer Madness (1936), jovens saudáveis ​​são quase transformados em zumbis comedores de carne pelo abuso de substâncias.

 

Alguns dos primeiros filmes sobre vícios expuseram questões sociais relevantes, como Monkey on my Back (1957), que conta a história de um jovem que voltou da segunda guerra com o vício em morfina. O Homem das Armas de Ouro (1955), estrelado por Frank Sinatra, destaca a transição entre o vício e o crime.

 

Na maioria desses filmes, o viciado é um jovem e a narração assume a forma de um conto moralista e preventivo. Uma das primeiras representações mais realistas do abuso de drogas é The Connection (1961), de Shirley Clarke, que narra a vida de músicos de jazz viciados em heroína em sua busca frenética pelo próximo sucesso.

 

O tema do viciado em busca de seu próximo sucesso teria continuidade nos anos 1970 em filmes como Born to Win (1971) e Panic in Needle Park (1971), em que o viciado busca agulhas frescas nos hospitais da cidade e se envolve no tráfico de drogas.

 

O final da década de 1980 e o início da década de 1990 viram uma mudança da imagem dos viciados em drogas como vendedores ambulantes para pessoas privilegiadas que estavam caindo no vício. Clean and Sober (1988) conta a história de um corretor de imóveis em uma clínica de reabilitação, recuperando-se de um vício ao qual mergulhou devido ao seu estilo de vida “bem-sucedido”.

 

A década de 1990 retratou as drogas de uma forma mais direta e se aprofundou no meio com filmes como Nil By Mouth (1997), Basketball Diaries (1995) ou Gridlock'd (1997). Provavelmente, o conto mais famoso sobre o vício da década de 1990 é Trainspotting (1996), a história da luta do homem para escapar do vício sacudindo sua comitiva.

 

A década de 1990 também rendeu filmes como The Naked Lunch (1991), de David Cronenberg, e Fear and Loathing in Las Vegas (1998), de Terry Gilliam, filmes que se concentram no espetáculo de alucinações associadas às drogas, em vez de relatos de vícios. O novo século deu continuidade às tendências da década de 1990 com Half Nelson (2005) como uma das ofertas mais notáveis, onde um professor do ensino médio luta contra o vício em heroína enquanto educa os jovens sobre moralidade e história

 

Grupo Inter Clinicas - Publicado em 13/09/2021.