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Sociedade do Vício.
 
Para Dartiu Xavier, essas múltiplas opções também são reflexo de uma sociedade voltada para os vícios. “Tendemos a estimular esses comportamentos, somos consumistas e de certo modo até hedonistas. Tudo é voltado para a obtenção do prazer”. Para ele, o comportamento dos pais em exigir dos filhos desempenhos fantásticos em todos os aspectos da vida colabora para uma fuga para as drogas. “Esperamos que nossos filhos sejam muitos inteligentes, bonitos e satisfeitos sexualmente. Essas sensações todas são percebidas por quem usa cocaína. O modelo de mundo que a gente passa para as nossas crianças é o de intoxicação por cocaína. A gente não ensina o mundo de verdade. E depois eles ficam com a auto-estima lá em baixo, frustrados, e a droga aparece como uma saída”, dispara.

Assim pensa também o médico sanitarista Fábio Mesquita, pioneiro na criação de programas pela redução de danos aos usuários de drogas. “O consumo de drogas hoje é uma epidemia e está relacionado a uma vulnerabilidade social que faz com que as pessoas se apeguem a todo tipo de coisa. As pessoas são bombardeadas com propaganda de cigarros, de álcool e até mesmo de drogas ilícitas, que não estão na TV, mas que chegam às pessoas. Por isso acredito que hoje seria praticamente impossível, nesse contexto social, uma sociedade sem drogas”.
Ele lembra que em 1998, a ONU fez uma assembléia especial sobre drogas, quando foi proposto que até 2008 o mundo ficaria livre desse problema. Nesse ano foi feito o primeiro balanço e se constatou que cresceu o consumo. “Esse tipo de proposta é um delírio, completamente irreal”.  Mas, se isso é uma condição inerente ao ser humano, como ficam as pessoas totalmente proibidas de usar drogas – como ocorre nas sociedades islâmicas mais radicais?

Para Mesquita, a repressão e a religiosidade “seguram” as pessoas, mas na primeira oportunidade elas buscam outro tipo de prazer. “O Afeganistão. por exemplo, logo que se libertou do regime Taleban voltou a ter uma tremenda produção de ópio para exportação. Outro bom exemplo é a Rússia, onde praticamente não havia consumo de drogas durante o regime comunista e hoje é o país onde mais crescem os casos de Aids por uso de drogas injetáveis”.

Na contramão estão os dependentes convertidos pelas religiões evangélicas que oferecem a Bíblia no lugar das drogas. “De certo modo, é como se elas se viciassem em religião”, brinca Mesquita. Elas assumem um comprometimento emocional, psicológico de outra natureza, mas também passam a dedicar sua vida 24 horas àquilo, só falam desse assunto e só pensam nele”.
Do mesmo modo que ocorre com as drogas.
 
O Grupo Inter Clínicas tem como objetivo viabilizar tratamento clínico para dependentes de álcool e drogas aproximando o paciente de uma nova realidade que é a vida sem drogas. Reabilitar o paciente de forma gradual e segura tanto para o paciente quanto para a sua família é nossa maior missão. O acompanhamento periódico com nossos especialistas garantem um tratamento personalizado focando a recuperação individual de cada paciente do grupo.
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Atualizado em 19/01/2021.